INTERLÚDIO – PARTE 1
Dia 06
do Mês 6 do Ano de 164 na Era do Reino de LIfelia.
O presente local é a sala de
espera nas profundezas do palácio real, Grandios, cercado pelas muralhas que
protegem a capital real, Sevenwall. Nesta sala, todas as pessoas que buscam uma
audiência com o Rei permanecem alinhadas em espera.
Desde que mesmo um rei
estrangeiro iria precisar acomodar-se neste ambiente, sua decoração e mobília
são excessivamente luxuosos e elegantes, como se para demonstrar a prosperidade
do Reino de Lifelia. Vasos de ouro e mesas de Crystal. O piso e os pilares em
mármore, paredes cobertas por seda bordada e maravilhosas pinturas de deuses no
teto. O interior também era ricamente decorado com relíquias de incontáveis
Heróis que lutaram e repeliram o Rei Demônio ao longo das eras.
Naquele salão –
O Cavaleiro do Estado Alicia
Christela permanecia de pé imóvel. Sua imagem refletia em um gigantesco espelho
de corpo inteiro. Se qualquer outra pessoa estivesse na sala aguardando uma
audiência, todas as suas armas seriam confiscadas, mas sendo Alicia um
Cavaleiro do Estado, foi permitido a ela portar uma espada.
Alícia foi confiada a proteger
o Rei caso necessário. No entanto, desde que há a possibilidade de a pessoa
nesta função possuir, mesmo sem saber, algum item mágico ou semelhante, uma
revista é realizada de forma mais respeitosa possível.
Em seu retorno de Faltra,
devido ao clima ruim e a batalha com outros Cavaleiros, ela atrasou-se mais do
que o planejado. Nesse momento em diante, ela estará em audiência com o Rei de
Lifelia, aguardando a sua vez.
No salão havia dois
visitantes. Eles eram um homem e uma mulher da raça humana na casa dos 40 anos.
Tendo uma aparência limpa, torna-se evidente que eles possuem uma alta classe
social. Alicia havia deixado a capital real pelo bem de sua missão e
imediatamente após retornar, ela veio ao palácio de Gradios. Tem sido meio mês
desde que ela procurou encontrar-se com o Rei.
O homem, com exuberante barba aproximou-se
e pousou sua mão em um dos ombros de Alícia.
Duque de Christela [1] – “Você fez muito bem em realizar seus deveres
em plenitude. “
[1] Como os nomes do
homem e da mulher não foram especificados, passarei a chama-los assim por hora.
Alícia levemente as bordas de
seus lábios e formou u m elegante sorriso.
Alicía – “Muito obrigada Pai.
Enquanto eu puder trabalhar em prol da honra da pátria, não há dor ou fadiga em
fazê-lo. “
Duque de Christela – “Entendo. Eu não penso que haja motivos para
preocupação, mas faça seu melhor para não ser rude em frente a sua Majestade. “
Alícia – “Estou ciente deste
fato. Não causarei nada que possa manchar o nome do Duke de Lifelia. “
Duque de Christela – “Umu... Você
realmente cresceu esplendidamente. Não há muitas mulheres permitidas a ter uma
audiência com sua Majestade. Tudo graças a seu desempenho e excelência. Você é
nosso orgulho. Tenha certeza de permanecer competente e elegante pelo bem da
nação. “
Alícia –“ Sim. “
A mãe de Alícia apontou os olhos
dela.
Duquesa de Christela – “... Sobre
esta coisa, não seria melhor retirá-la? “
Alícia – “Ah, isto ... “
Duquesa de Christela – “Ter um metal
sujo poluindo o rosto de uma dama. “
Aparentemente a mãe de Alícia sente
desgosto do fato de sua filha precisar usar óculos. No passado, Alícia não
possuía nenhum problema de vista, os anos de estudo extra durante as madrugadas
prejudicaram os seus olhos.
Alícia –“.... Eu irei retiá-los. “
Sem os óculos, Alícia é incapaz de
distinguir faces. Embora não seja problema caminhar até o Rei, o gabinete dos
ministros encontra-se atrás de sua Majestade, o que torna dúbio se ela será
capaz de identificar cada ministro. No entanto, Alícia retirou seus óculos e os
guardou em uma pequena bolsa em sua cintura.
Sua mãe aproximou-se e disse “Oh, é
mesmo. “
Duquesa de Christela – “A respeito de
um desagradável livro em seu quarto... “
Alícia – “...Eh? “
Sua mãe, como se confirmando isso,
olhou para seu Pai. Ele assentiu e afeiçoadamente sorriu.
Duque de Christela – “Havia livros
aparentemente impróprios para sua educação. Embora é uma coisa boa ter
interesse em todo tipo de conhecimento... coisas como ideologias radicais ou
folclore acerca dos Seres Demoníacos.... Mesmo desconhecendo esses assuntos
você será capaz de prestar serviços a sua Majestade, correto? “
Duquesa de Christela – “Com isto em
mente, nós nos dispomos dele. “
Alícia – “... O livro. “
Duque de Christela – “Isto foi pelo
seu próprio bem, você sabe? “
Duquesa de Christela – “Foi pelo seu
próprio bem, você certamente sabe disso, correto? “
Alícia expressou um sorriso pleno e
curvou-se para seus pais.
Alícia – “Muito obrigada pela
preocupação de vocês. Peço desculpas por preocupa-los. “
Sua mãe acenou parecendo estar em
grande apresso. Seu pai soltou um suspiro de alívio.
Duque de Christela – “Umu, minha
filha, você é o perfeito exemplo de um Cavaleiro do Estado, uma esplêndida
criança de uma casa nobre. Se você tivesse nascido como um homem eu teria menos
a dizer, mas... não, como um pai devo-lhe escolher um parceiro apropriado no
futuro. Então o título de Duque será assegurado em nossa família. “
*kon, kon* A porta do salão foi
batida. Aparentemente o momento de sua audiência chegou.
Alícia curvou-se novamente para seus
pais.
Alícia – “Pai, mãe, até breve... “
Com sorrisos orgulhosos em suas
faces, os pais de Alícia assistiram-na partir do salão.